segunda-feira, 3 de outubro de 2011
terça-feira, 5 de abril de 2011
O Último Corre
Fiz esta HQ experimental para uma revista que precisava de colaboradores, mas ela foi rejeitada.
Ela é uma história de regressão. Escrevi inspirado num conto de Jorge Luís Borge intitulado "Uma Análise da Obra de Hebert Quain", do livro Ficções. Trata-se de uma resenha crítica fictícia da obra de um autor que nunca existiram.
Segundo Borges, quem quisesse imitar Quain deveria escrever um capítulo que mostrasse um fato, seguido de dois capítulos, que seriam a véspera do ocorrido, que por sua vez teria mais dois capítulos para cada um, que seria a antevespera do primeiro. Confuso, não? Também achei. Tive que ler o conto várias vezes, mas logo de primeira, fiquei fascinado.
Com o roteiro dessa história em mente algum tempo, resolvi adaptá-la nesse sistema binário sugerido por Borges. A primeira página (splash page) é o final da história. A segunda, com dois quadros, são dois fatos anteriores à conclusão da história. A mesma coisa acontece na página três.
Para quem não entendeu, posso explicar, mas peço que se ainda não tiver lido a HQ, volte e tente tirar suas próprias conclusões. Essa é uma história aberta, não há interpretação certa ou errada. Fica a seu critério.
A minha ideia era contar o último corre (corre: gíria utilizada por criminosos para designar um assalto) do assaltante Luquinha, que nesta noite escolhe abandonar a carreira do crime e entregar seus comparsas.
segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011
O Super-Nada
“O Super-Nada. Um axioma atemporal criado num espaço vazio qualquer do Universo. Sem vilões, sem sociedades, sem mocinhas, sem alter-egos, sem poderes, sem origem, nem cidade. Sem Nada.”
Estava meio sumido daqui, mas na verdade estava tentando me encontrar. Fora os problemas particulares e profissionais que me afastam um pouco da vida artística. Resolvi voltar depois das “comemorações” da semana do Dia do Quadrinho Nacional. Mas que quadrinho nacional? Ora, estamos numa ótima fase! Os quadrinhos nacionais estão nas livrarias, resenhas de graphic-novels brasileiras estão em jornais, revistas, reportagens na televisão. Gabriel Bá e Fábio Moon recebendo Eisners. As tiras de humor estão ainda aí pelos jornais, internet. Infelizmente sem o Glauco.
E os nossos super-heróis? Esses continuam na mesma: sobrevivendo como dá no mundo independente. Acredito que está na hora de repensarmos esse gênero no Brasil e é aqui que começou o meu retiro espiritual em busca de alguma resposta para essa ideia. Sinceramente, não encontrei nada de concreto.
Os super-heróis são patrimônio cultural dos EUA. Aquela imagem de um xerife bandeiroso para defender os ideais liberais no resto do mundo (leia-se impôr), forte, acima do bem e do mal, é bem coisa dos yankees. E para colocar uma cereja no bolo eles criam em cima disso um processo de produção em série, que deve seguir estreitos padrões técnicos em relação à arte-final, anatomia, luz e sombra, roteiro, entre outros detalhes que prendem e limitam qualquer liberdade criativa do artista. As grandes obras do gênero estão restritas às séries/edições especiais únicas. O melhor dos quadrinhos americanos estão na verdade nos comics alternativos, quadrinhos underground, de autor.
Uma das coisas que mais me atraiam nos fotologs eram os diversos tipos de estilo. Não havia nenhum editor enchendo o teu saco de como teria que ser o gibi dele. “Legal!”, pensava eu, “várias pessoas que desenham e gostam de super-heróis à sua maneira”. Após criar uma leva de super-heróis, comecei a ser rechaçado pelos “críticos”. “Opa, peralá, muita calma, ladrão! Como você ousa desenhar super-heróis assim? Sem respeitar os critérios estabelecidos pelo How To Draw Comics in The Marvel Way?” As críticas eram as mesmas de sempre: plágio, defeitos de anatomia, problemas na perspectiva...Logo me tacharam o apelido de Rob Liefeld. Outros também receberam essa mesma denominação pelos mesmos motivos que eu mais admirava neles: o alto nível de experimentalismo, como o Linc Nery e seu Jou Ventania (aquelas colagens de propaganda de revistas nos quadrinhos eram boas sacadas, se fosse o Bill Sienkiewicz fazendo, a avaliação desses “críticos” seria outra). “Siga as regras ou desista! Você não sabe desenhar! Igual ao Rob Liefeld, há-há-há!” Para os nerds acadêmicos, defensores das belas-artes quadrinhescas só existem dois artistas: Rob Liefeld, o lixo, e Jim Lee, o gênio. Nunca leram nenhum quadrinho da L´association, Fantagraphics, quem dirá do Quarto Mundo. Tudo pode soar como desculpa para um cara que não sabe desenhar, mas na real, estudei diversos tipos de livros sobre desenho, fiz dois cursos na área (tenho certificado de ambos) sei as técnicas, teorias e blá-blá-blás, mas isso é muito chato! Quero desenhar no modo punk da coisa: faça você mesmo. Não, não quero desenhar para a Marvel ou DC! Quero poder fazer algo com personalidade, que subverta todas as regras, seja em roteiro, narrativa, desenho, arte-final e cor. Que absorva todos esses padrões e os distorçam. Pegar as coisas boas dos gringos, comer, digerir, e criar algo realmente nacional. Sem anti-americanismos xenófobos. Ligar o modo “dane-se” para a patrulha do politicamente correto do traço e explorar os limites da criação, extrapolá-los se for possível.
Você gosta de super-heróis? Quer desenhá-los no seu estilo, mas isso pode denegrir o gênero? Ótimo! Detone tudo o máximo que puder! Zombe, caçoe, desenhe heróis de palitinhos se for preciso!
Pode parecer ridículo, egoísta, idiota, sem fundamento, coisa de intelectual de boteco, de drogado. É tudo isso e nada disso. É o que você quiser. Não há certo ou errado, é tudo relativo. Muitos irão rir, outros sentirão ódio, alguns serão neutros e poucos os seguidores. Essa é a intenção. Sintam!
É preciso destruir o quadrinho de super-heróis brasileiros e o reconstruirmos sobre os escombros. Viva a Anarquia! Viva a liberdade! Viva a antropofagia!
domingo, 8 de agosto de 2010
sábado, 31 de julho de 2010
domingo, 18 de julho de 2010
sábado, 3 de julho de 2010
Palhaço na Copa: Brasil e Holanda - Hexa já era!
Obrigado, seleção. Agora qual desculpa vou usar para sair mais cedo do trabalho?
"Felipe Melo é o único jogador que você encontra em três jogos de vídeo-game: Winning Eleven, Fifa e Mortal Kombat"
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